Ana Venâncio da Silva mais conhecida como Nani Venâncio, é atriz e apresentadora brasileira do programa “Tarde Top” na Rede Brasil de Televisão.
Foi uma das musas dos anos 90. Foi capa da Revista Playboy em Janeiro de 1989.
Possui uma carreira brilhante na história da televisão brasileira, atuou na Rede Globo, Rede Record, Rede Mulher, Rede TV e atualmente está na RBTV.
Vamos saber um pouco mais da carreira de Nani Venâncio na entrevista a seguir”:
- Conte-nos sobre o começo de sua atuação como atriz. E durante todos estes anos, foram vários trabalhos realizados em grandes emissoras, quais foram destaques e lhe traz boas recordações?
Nani: Me formei como atriz na CAL no Rio de Janeiro e lá comecei a trabalhar no Programa ‘Você Decide ‘da Rede Globo, me lembro que eu viajava o Brasil inteiro, apresentando reportagens jornalísticas, em praças públicas das cidades, eu e Virgínia Novick. A ideia do programa ao vivo, era fazer com que o público escolhesse o final, por isso foi um sucesso!
Fiquei na Globo por muito tempo, fiz participações nos Trapalhões, Viva o Gordo, também Olho por Olho, Incidente em Antares (Mini série).
Depois fui para a Manchete fiquei por muito tempo, eu trabalhei no programa de domingo tinha um quadro que era ‘Xeretando com a Nani, eu visitava as casas de artistas falava com eles, mostrava onde moravam, como era a vida profissional, era muito legal.
Ainda na parte jornalística fiz Travessia dos Andes a cavalo, onde tinha sido a queda do avião, cheguei bem perto pra mostrar, andei três dias a cavalo, fazendo esta matéria uma linguagem mais jornalística.
Depois eu fiz o Canto das Sereias e O Guarani (Mini séries), fiz a novela Mandacaru e depois vim para São Paulo.
Já em São Paulo fiz teatro a peça A Dama e o Vagabundo, e tive a oportunidade em fazer o meu programa NANI MULHER na Rede Mulher de Televisão, que hoje é Record News, nesse meio tempo eu já na no grupo da rede, fui convidada pra fazer às pressas e apresentar um programa na Record que era o QUESTÀO DE OPINIÃO que era de um Bispo que tinha que ir a Belo Horizonte, eu fiz o programa e se tornou um grande sucesso, virou um programa para jovens, virou uma febre, adorei trabalhar para este público adolescente, foi uma experiência que eu Amei!
Fiz os dois programas em paralelo e foi um momento super importante, que eu gostei demais, em trabalhar na Record.
Um ano depois ao sair da Record fui para Rede TV, apresentei ALTOS PAPOS, mesmo formato que eu fazia na Record, então tenho muitas recordações sim, tanto da Record como da Rede TV, tempos muitos bons, trabalhar com o público com plateia ao vivo, era minha realização, simplesmente Fantástico!
- O título de Musa da década de 90 foi lhe concebido por aparecer nua na abertura da novela “Pantanal”? E o convite capa da Revista Playboy surgiu logo após a sua aparição?
Nani: O título de musa da década de 90 foi porque em 1987 fui eleita GATA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, e em 1989 MUSA DO VERAO BRASILEIRO. Naquela época tudo era Musa era diferente, também fui convidada a estampar várias capas.
Então o título não foi pela abertura da novela Pantanal, eu fiz porque eu trabalhava na emissora Manchete me chamaram e disseram que precisavam de um rosto que enquadrasse no formato da cara de uma onça, então o meu rosto era o mesmo formato, foi ai que eles pediram para eu fazer a abertura da novela, por todas as coincidências foi por isso. Aliás a abertura da novela foi mais a premiada no mundo, Japão, Nova York Festival, melhor abertura do mundo.
Já a Playboy fiz antes quando fui Musa do Verão brasileiro em 1989.
- É verdade que você desistiu de atuar após recusar cenas que não concordava em novela?
Nani: Eu desisti de atuar por causa de uma cena na novela MANDACARU de Walter Avancini. Estudei para fazer o personagem, eles mudaram de um dia para outro, não gostei do apelo por Ibope e coisa forçada. Me preparei, estudei o personagem você defende como faz parte. Eu tinha me preparado, vários treinos para interpretar a personagem “BEM ME QUER” ela era uma cangaceira de Mandacaru, ela era praticamente um homem.
Ela montava cavalo com a perna aberta, ela brigava e atirava como os homens e de repente tinha feito uma cena que tinha brigado com uma cangaceira, pelo fato de ter mencionado dela ter olhado pra um cangaceiro, na cena ela quebrou o nariz da cangaceira. No dia seguinte veio ordens do Diretor que queria das quais eu não concordo. Foi decepcionante e muito complicado, enfim eu defendi o personagem e falei que não concordava, fui retirada da novela. Na cena ela saiu para a rua buscar alimentos para o bando, ela era a única que sabia e ela não voltou, a personagem foi morta.
- De atriz para apresentadora conte-nos sobre esta transição?
Nani: Eu comecei como apresentadora e escolhi o que eu amava mais comecei lá atrás, apresentar me deixa muito feliz e realizada, estou há 31 anos apresentando ao vivo na televisão.
- Fazer o programa de televisão ao vivo e diário é cansativo?
Nani: Eu me realizo, adoro apresentar “eu amo” é minha vida. Tanto que faço de segunda a sexta e não vejo como cansativo fazer programa porque eu adoro fazer, e faz parte da minha rotina, e do meu dia a dia. Antes Rede Mulher, depois A Tarde é Show que agora passou a chamar “Tarde Top” que com a pandemia me isolei por segurança fiquei um ano meio afastada e voltei dividir com a Gisele Alves e o Luciano Faccioli, depois ele saiu, ficamos nós duas, hoje eu reassumo a Tarde Top e Gisele volta eu acho com o “Papo em Dia”. Me sinto muito feliz na Rede Brasil.
- Por que você se candidatou nas eleições municipais de 2012 ao cargo de vereadora da cidade de São Paulo, e em 2014 candidatou-se ao cargo de deputada estadual do estado de São Paulo?
Nani: Na política sai candidata duas vezes, uma como vereadora e a outra como deputada estadual. Foi uma experiência boa porque quem acredita em sonhos acredita que pode mudar a situação e que a gente pode ajudar. Mas a realidade da política é bem diferente, espero que hoje aconteça mudanças pra que a mulher seja muito mais valorizada na política.
A gente vai com uma ideia que você quer ajudar e tudo que eu queria era ajudar mesmo era trabalhar social que é uma coisa que eu gosto.
- Na política qual foi a sua decepção, pretende voltar a se candidatar?
Nani: Porque toda a vez que eu me candidatei a gente sente que só foi uma cota mesmo, não me senti valorizada na política e muitas mulheres não são e você vai com uma ideia em ajudar e trabalhar dentro social nas comunidades carentes, este trabalho é o que eu gosto.
Então a minha decepção foi essa. Não pretendo me candidatar já recebi proposta, porque eu acredito tem que abrir mais espaço para a mulher trabalhar com pouco mais de emoção, em muitas áreas da nossa política com um olhar mais humano, e isso me entristece muito quando vejo a realidade dentro das comunidades de como as pessoas vivem e a falta desse olhar político mais humano sabe.
Então era um sonho que eu percebi que pode ser que mude muito, ou tenha mudado desde que saí como candidata até agora, mas eu tenho esperança de que mais mulheres mais pessoas do bem com olhar diferente que possa ajudar fazer mesmo dedicar mesmo fazer o que precisa que ajudar.
Somos decepcionados com a política. A gente fica sempre pensando que poderia mudar, a eleição vem aí e a gente tem que tomar muito cuidado com a escolha dos nossos candidatos e depois cobrar e acompanhar essa gestão pra que faça o que foi prometido, porque senão a gente vai sempre ficar nessa situação. Eu adoro política e se eu pudesse trabalhar para o povo e pudesse ter escolhido trabalhar pensando no social e pelas comunidades carentes.
- Em agosto de 2009, após ser internada no Hospital São Luiz, em São Paulo, você foi diagnosticada com uma trombose cerebral e submetida a cirurgia, como foi receber esta notícia e ainda passar pelo processo de internação e sequelas?
Nani: Sim tive dois AVCS e uma trombose cerebral hemorrágica. Doze dias após o parto da minha segunda filha, eu estava amamentando. É um processo muito triste, fiquei dezoito dias internada, tive 87% de chance óbito, graças a Deus tive uma segunda chance pra eu voltar pra continuar com todo esse percentual você voltar, sem sequelas de nada é uma vitória sabe.
Então eu acredito muito em Deus e tenho fé, eu acredito que nada é ao acaso foi um momento muito difícil, porque minha bebe estava com doze dias, passar por todo este processo, não poder amamentar e ficar na UTI em coma, depois home CARE em casa, quase um mês nesta situação. Foi um momento difícil que sirva de alerta para as mulheres para que tenham cuidados com o uso de hormônios anticoncepcional é tudo uma bomba relógio dentro da gente. E no meu caso fiz muitos tratamentos para engravidar, então a gente tem que cuidar e analisar em primeiro lugar, ficar sempre antenada nós mulheres com nossa saúde.
- O tema feminicídio é um tema importante a se debater na TV?
Nani: O feminicído é um tema que temos que debater sempre, violência contra a mulher. Precisamos temos que debater o tempo todo que infelizmente é um dos países que a gente vê mais a cada dia aumentando o índice de mortalidade contra a mulher e tem cenas tão absurdas, que por exemplo quando o time de futebol perde aumenta a violência contra a mulher. Em muitos casos a mulher não pode dizer NÃO, não quer mais é vítima de violência. Eu acho que tem que mudar a lei, ser mais rígido e forte, porque se não mudar para inibir, o espancamento em uma separação e não aceite, a situação; é muito triste. Viver na sociedade machista como é implantado e enraizado, e nós temos sim que ser vozes para outras mulheres e ajudar e se unir. Tem mulheres maravilhosas que fazem um trabalho fantástico de ajuda as vítimas de violência doméstica, temos que falar em uma só voz, em ajudar as mulheres e se unir sim.
- O Programa TARDE TOP continua? E em 2022 você tem algum projeto em andamento, quais são as novas?
Nani: Sim já estou trabalhando e no comando do programa TARDE TOP e sim tenho alguns projetos futuros. Mas eu aprendi por experiência própria que não devemos falar nada antes antes de acontecer, eu acredito muito nas energias e vibrações. Vou esperar, quando acontecer falarei pra vocês em primeira mão.
Entrevista: Jo Ribeiro Jornalista
Fotos: Álvaro Talaia